Dicas de livros contemporâneos escritos por mulheres


A escola não precisa ser um lugar chato para se amar a literatura. Nós acreditamos que ler aproxima as pessoas e que não precisa acontecer por obrigação. Mas a escola nem sempre oferece aquilo que pode despertar a nossa admiração pelas palavras, então, indicamos nesse post alguns livros contemporâneos para você se inspirar a conhecer quem são as mulheres depois de Clarice Lispector que podem entrar no seu repertório literário :) 

Você pode ouvir o nosso debate sobre o assunto bem aqui

★ Por Nina Spim 

O Diário de Anne Frank, Anne Frank
É um dos clássicos contemporâneos que mais amo, primeiro porque o formato dele convida o leitor para a leitura. Segundo, porque está inserido num contexto histórico que gosto muito de ler na ficção e na não-ficção. E terceiro, porque a Anne é uma garota às avessas. Ela poderia ser triste e estar devastada pela guerra e por sua situação clandestina, mas muitas vezes usa o humor e a perspicácia para demonstrar que, intimamente, seus mecanismos de sobrevivência vão além do óbvio. Apesar de a época retratada ser completamente diferente, há questões universais no livro que são entendidas e sentidas de forma atemporal. 








Uma vida para sempre, Simone Taietti
Provavelmente é o livro nacional contemporâneo que mais me marcou. As personagens poderiam seguir o fluxo da americanização no estilo de ‘A culpa é das estrelas’, mas a autora oferece profundidades muito mais trabalhadas e ricas do que qualquer outro livro sobre adolescentes que já li. Debate o paradoxo da vida e da morte com sutileza, sem romantizar nenhuma das duas e oferece ao leitor algo que poucas vezes senti durante a leitura de uma história: a constante construção, desconstrução e reconstrução de nós mesmos.








★ Por Aline Possaura 

A vida que ninguém vê, Eliane Brum
Livro de essência jornalística, mas com fortes elementos literários em sua narrativa. Os textos foram extraídos da coluna semanal produzida por Eliane Brum para o jornal Zero Hora, de mesmo nome do livro. As histórias falam sobre o fantástico e o incomum que pode haver por trás de toda vida aparentemente “comum” e que, portanto, ninguém vê. Em suas crônicas, Eliane conta a vida de moradores de rua, pessoas com doenças mentais, analfabetos, carregadores de mala e até mesmo animais de um zoológico. A narrativa desperta emoção e empatia no leitor, que percebe a humanidade em rostos e vidas que, por hábito, aprendemos a  ignorar. Para amantes do jornalismo e literatura, mostra que o mundo está, de fato, cheio de histórias fantásticas à espera de serem contadas.






Persépolis, Marjane Satrapi
História em quadrinhos desenvolvida por Marjane Satrapi, iraniana que aos dez anos foi obrigada a usar o véu em uma aula só de meninas. A autora presenciou o início do regime Xiita no Irã, e 25 anos depois, criou a autobiografia de sua infância na história em quadrinhos Persépolis. A narrativa é emocionante, contém elementos infantis, humor e mostra a cultura do Irã sob uma ótica de certa forma também “ocidental”, tornando os costumes mais fáceis de serem compreendidos, apesar de não serem iguais aos de nossa sociedade. É um novo olhar sobre o Irã, que vale a pena ser sentido. As tirinhas já foram transformadas em livro e também em animação.







 Por Raquel Baracho

Orange is the new black, Piper Kerman
O livro que deu origem a série da Netflix conta a história da Piper, uma jovem com um bom emprego e prestes a se casar. Quando tudo parece correr bem, o envolvimento com tráfico de drogas que Piper teve no passado vem à tona e ela é condenada a passar 15 meses em uma penitenciária feminina. A autora revela a forma como as mulheres são desumanizadas no sistema carcerário e somos levados a conhecer a vida de presidiárias, suas histórias e angústias. 

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